30 Abril 2008 -- quarta-feira da 6.a semana de Páscoas
Actos 17, 15. 22--18, 1; João 16, 12-15
Mosteiro de Huambo, Angola

 

HOMILIA

Quase chegamos no fim deste lindo e longo discurso de Jesus aos seus Discípulos durante a última Ceia.  Já tinha-lhes dito muitas coisas profundas e difíceis.  Diz-lhes agora que tem ainda muitas coisas para lhes dizer, mas que não poderiam suportar isso agora.  Mas anuncia-lhes também que o Espírito, do qual falava-lhes desde o princípio, e que chama sempre “o Espírito da Verdade”,  os guiará para toda a verdade.  Há duas coisas a observar nesta promessa.

Há em primeiro lugar a palavra “guiar”.  Temos todo necessidade a ser guiados, porque a vida cristã é um caminho contínuo.  Logo que pensarmos ter chegado e quisermos instalar-nos, sem estar a prosseguir o nosso caminho, sem estar a prosseguir a nossa conversão contínua, não somos mais realmente cristãos; e não são mais monges o monjas. 

A segunda coisa a observar nesta promessa é o objectivo do nosso caminho, para qual guiar-nos -á o Espírito de Verdade.  Guiar-nos -á, diz Jesus, para toda a Verdade.  Ora, esta verdade é Cristo mesmo.  É não somente a Verdade, mas a Via que lá conduz e a Vida que lá se encontra.  “EU sou o caminho , a Verdade e a Vida”, tem dito.

E aquilo traz-nos ao objectivo da nossa vida monástica, como é descrito no nosso documento sobre a formação. Somos chamados a ser transformados à imagem de Cristo. 

Se somos sobre este Caminho, orientados para tal Objectivo e guiados por tal Espírito, não temos realmente nada a temer, sobretudo pelo espírito da mentira.  Podemos, como diz são Bento, correr, com o coração dilatado, e com alegria na via dos comandos do Senhor – dos quais o primeiro, que resume qualquer outro é o comando do amor.  

 


Armand Veilleux





 

 

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